É sabido de todo bom nerd que o período histórico o qual a cultura geek mais herdou elementos foi a fase medieval. Hoje, o blog da Cores vai avaliar um pouco melhor como a relação entre duas coisas tão distantes, como a cultura medieval e nosso meio tecnocentrado, pode ser tão prolífica.
Bom, antes de fazer a comparação, precisamos refletir sobre esses dois elementos separadamente. A Idade Média foi o momento histórico Europeu entre os séculos V e XV, começando com a queda do Império Romano do Ocidente e terminando no início do capitalismo mais primitivo.
A cultura da Idade Média foi basicamente um síntese de elementos greco-romanos, cristãos e germânicos. O pensamento teocrático daquele momento facilitou a proliferação da literatura fantasiosa, repleta de mitos, lendas e canções heroicas.
Dentro da literatura, talvez o maior exemplo de todos é o poema épico Beowulf. Essa história sem autor conta – em 3182 linhas, sem rimas porém repleto de aliterações – as aventuras de Beowulf, um herói com força sobre humana que viaja atrás de aventuras, até chegar a um reino aterrorizado por um dragão. Esse tipo de história lhe é familiar?
A cultura geek, para quem não sabe, é a cultura construída atrás do universo hi-tech dos anos oitenta. Hoje, hegemônica no cinema Hollywood, repleto de super heróis e tramas futurísticas ou fantásticas, o geek é o último grito da moda.
Bom, para iniciar a cruzar essas duas culturas (separadas em quase seis séculos) é preciso entender que a cultura nerd tem como seu maior símbolo a figura de um homem chamado J. R. R. Tolkien, criador do universo “Terra Média”.
Foi nesse cenário que Tolkien escreveu livros como o Hobbit, O Silmarillion e Senhor dos Anéis. Esses livros são o centro do espírito geek, que ganhou força extrema a partir das adaptações cinematográficas dirigidas por Peter Jackson, nos começo dos anos 2000.
Pois bem, Tolkien era um grande entusiasta da cultura medieval, e paginou suas histórias com os elementos fantásticos, as grandes batalhas e até mesmo a formas dos versos dos poemas épicos, repletos de canções cantadas por seus elfos, anões, magos, orcs e seres fantasmagóricos.
Além do universo de Tolkien, o outro centro da cultura nerd, Star Wars, teve seus roteiros escritos por George Lucas sobre restritos cuidados de Joseph Campbell, autor do livro “O Herói de Mil Faces”.
Campbell defendia que a história para trazer resultados colossais junto ao público, deveria seguir uma série de passos vindos das culturas antigas. Foi de lá que George Lucas criou o universo cheio de mesclas de Star Wars: Guerra, Samurais, Cowboys, Aliens, Cristianismo e – principalmente – uma pesada estrutura filosóficos: A cultura Jedi, fortemente influenciada pelo universo medieval.
Hoje, o centro geek está em volta dos super heróis. Usam armaduras, armas muitas vezes simbólicas (escudo, martelos, espadas, arco e flecha), saem em busca de aventuras, defendendo povos indefesos. Portanto, Tony Stark não passa de um Beowulf moderninho.